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um amor atrevido

um amor atrevido

Novembro 16, 2006

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Vieira do Mar

Dá-me um sinal de que também tu andas meio coxo, os tornozelos do coração torcidos de tanto tropeçares nas sarjetas do tempo e te enfiares nos buracos do caminho de cabras que é esta nossa estória, mais além mais aquém. Mostra-me que ainda me tens agarrada à pele e que de nada te valeu tentares esfoliar-me e que, por mais duches que tomes à noite, te deitas por vezes comigo. Sei que não sabes que estas palavras são minhas e que só por um acaso me descortinarias aqui. E, a tropeçares em mim, vejo-te em dúvida, será ela? Não, não sabes: não o podes saber, afinal, quantos milhões de pessoas mundo fora se terão já apaixonado e vagado assim à toa, desencabrestadas e a escoicear a dor pelos dedos, a reboque de um timming filhodaputa, impossível de vergar à sua vontade? Sou apenas mais uma das que sofrem de um Amor ao mesmo tempo astigmático e míope: que se dá mal ao longe e não se enxerga (dá-me um sinal).