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um amor atrevido

um amor atrevido

Setembro 17, 2012

the end of the affair

Vieira do Mar

Não ligues para falar do tempo ou me actualizares sobre o teu estado, como o sítio onde te encontras ou de como estás atrasado. Não me digas que hoje não podes, que sais tarde a correr para casa, picar o ponto, ver o jogo, comer sopa e dormir. Desiste de encaixar os teus escassos minutos nos meus assoberbados dias, o rossio na rua da betesga, um camelo pelo buraco de uma agulha. Baixa os braços e rende-te. Sem chuviscos de promessas miudinhas, molha-tolos e passageiras. Não me ponhas a seguir a minha cauda, babando em círculos, mordiscando o ar, arfando frustrada; nem eu de gato-sapato, a boba da corte, o bombo da festa, cortesã, cortejada. Não me tomes por loura parva, aberta disponível, nem de pernas nem de conversa. Porque seria preciso mais, muito mais, do que os teus segundos contados, moleculares, quase só a expressão de um átomo, para tomar-te em definitivo o gosto, fazer-te vício, remédio santo, necessidade básica. E para então o cio, a autoridade competente na matéria, me dar ordens legítimas de cumprimento imediato.

Setembro 17, 2012

all that jazz

Vieira do Mar

Este blogue foi apagado do blogspot por alguém que não gostou do que nele leu ou viu. Foi preciso tempo e paciência para o reconstruir, post a post. E memória selectiva para o reler e não doer muito: há feridas que saram devagar e outras que nunca fecham. Não repus as fotografias que ilustravam os posts porque dava imenso trabalho. Ao invés, dei-lhes como título os filmes respectivos, alterando alguns aqui e ali. O mail é outro (infelizmente perdi todas as mensagens - algumas inesquecíveis e comoventes - que me enviaram ao longo dos anos) e agora estamos a salvo - o mail, o blogue e eu - no SAPO, a quem agradeço o alojamento e a disponibilidade, em especial ao Pedro. Portanto, corações ao alto e sigamos para bingo que o Amor é sempre eterno enquanto dura, como dizia o Poeta. Bem-vindos a casa.