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um amor atrevido

um amor atrevido

Setembro 29, 2006

memento

Vieira do Mar

É oficial: esqueceste-me. Saiu hoje publicado em diário da república, veio na primeira série, mesmo ao lado de uma revogação. Finalmente promulgada, a indiferença que me tens, em papel e suporte electrónico, para mais com força de lei, daquelas gerais e obrigatórias, em vigor no continente e ilhas. Está na boca dos pregoeiros, no alinhamento dos telejornais e nas listas dos homens da rádio. Reuniram-se comissões, pediram-se pareceres vários, aprovou-se na especialidade. Esqueceste-me, é oficial. Mas correm por aqui uns boatos, que quando te cansas do que tens a mais, ainda te queima os lábios a ponta escassa de um beijo, como uma beata esquecida. Pois a mim, não me convencem, as lembranças oficiosas, as memórias por ouvir dizer, o ruído da voz do povo. Exijo um desmentido formal, em conferência de imprensa, onde afirmes aos microfones o propósito de me relembrares nos meandros da tua boca, e de me quereres ao teu redor lá pelo final de uma destas tardes de Outono.