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um amor atrevido

um amor atrevido

Dezembro 07, 2012

(post reeencontrado)

Vieira do Mar

 

Olá tenho saudades. Hoje lembrei-me de ti, não tenho feito outra coisa não imagino porquê. Que tal almoçarmos agora um dia destes? Apetece-me corromper-te com beijos conversar contigo. Lanchar, se te der mais jeito e desvirginar o teu silêncio com a minha língua ouvir-te falar. Preciso de saber que ainda me queres o que tens andado a ler. Já nem sei o que te costumava dizer, mas ainda soletro de cor as palavras com que me vestiste que não seja por isso: o exercício do amor da amizade é como andar de bicicleta, nunca nos esquecemos. Sei que tens muito trabalho quero lá saber e que mal te lembras de mim atreve-te a esquecer-me. Mas, para um amor amigo, arranjamos sempre um bocadinho. Uma vida hora, é só o que te peço. Naquele hotel da baixa, o que tem o quarto a esplanada de frente para o rio, lembras-te? Em não podendo ser, morro deixa estar. Talvez para a próxima reencarnação. Fica mal e apodrece sem mim bem. Um beijinho à estúpida da tua mulher e outro aos teus fedelhos ranhosos miúdos. O meu paciente marido manda-te à merda cumprimentos e pergunta quando sais de vez da nossa cama aparecem. A ver se combinamos um churrasco de domingo com todos eles de preferência noutra mesa. Até jà Adeus.

 

(September)