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um amor atrevido

um amor atrevido

Abril 21, 2006

midsummernight´s dream

Vieira do Mar

Há dias assim, em que careço de areias e de conchas, da irregularidade do horizonte quando o Sol se lhe desce, do desmaio roxo-anil do céu mal se lembra de aconchegar a lua. Há dias assim, quando o sonho de uma noite de Verão se sobrepõe à intermitência dos suspiros carbónicos e as gaivotas levam no bico o gargalhar dos miúdos, felizes. Porque, como disse algures alguém, as palavras vão com o vento, vão com a nortada de Agosto, que cobre de névoa o recorte da berlenga e este meu querer baixinho, à deriva, como boia de esferovite quase desfeita, metro mal medido de cordame descarnado ou garrafa vazia de óleo fula, forrada a crude seco. À mercê dos intervalos do dia e das pausas para café.