Abril 23, 2006
sunset boulevard
Vieira do Mar
Começo a esquecer-me da cor dos teus olhos (vaga ideia de que contêm o mar). Preciso romancear-te, dar-te ares de coisa importante, promover-te a chefe de secção desta minha repartição cardiovascular, mais benesses e ajudas de custo. Manter-te nos píncaros da minha imaginação corredia, encarpar-me e mergulhar de costas nas nossas águas passadas, esticar o faz-de-conta aos limites da impaciência. O olvido maça-me, soa-me a tempo perdido. É um facto: o tédio sentimental começa com o fim da ansiedade do fim.