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um amor atrevido

um amor atrevido

Abril 28, 2006

eternal sunshine of the spotless mind

Vieira do Mar

Ontem, devorei-me as unhas todas e lá se me foi o verniz novo: um vermelho-sangue que a sílvia manicure me impingiu na segunda, com aquele entusiasmo infantil com que se promovem as coisas pequenas. Recaídas várias, ambos os joelhos da alma esfolados e o corpo a persistir nos vícios automáticos de infância que o acodem quando vacila. As minhas mãos, de bonitas-cuidadas, passaram a destroços amputados de um dia difícil. Às pontas dos meus dedos, achatadas do massacre, escondo-as agora na rua, embolsando-as, como me escondo aqui, embolsando as palavras que vou misturando com os trocos das transacções passadas. Ontem, nem o sabor químico do polish red me demoveu de roer o teu sorriso até ao sabugo.